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Maternidade e mundo corporativo: O que você precisa saber.

  • Foto do escritor: TOT - Educação Corporativa
    TOT - Educação Corporativa
  • 7 de mai.
  • 4 min de leitura

A legislação trabalhista brasileira assegura uma série de direitos às mulheres grávidas com o objetivo de protegê-las de prejuízos no mercado de trabalho. No entanto, na prática, a realidade ainda é bastante desafiadora.


Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, 50% das mulheres que tiram licença-maternidade não estão mais inseridas no mercado de trabalho após 24 meses — e esse padrão volta a se repetir 47 meses depois.


O que deveria ser um dos momentos mais marcantes e positivos na vida de uma mulher, se  torna um tema a ser debatido no centro das discussões corporativas: como líderes, gestores e colegas de equipe estão lidando com um assunto que não deveria ser tabu?


A sobrecarga materna, os desafios emocionais e o preconceito enfrentado nesse período exigem empatia, preparo e diálogo. E é justamente nesse contexto que entra o papel da liderança e da educação na construção de um ambiente mais acolhedor e preparado para lidar com as transformações da maternidade — antes, durante e depois da licença.


Qual o papel da liderança nesse momento?


Uma liderança despreparada é uma liderança falha.

Líderes e gestores precisam estar capacitados para orientar suas equipes tanto na saída para a licença-maternidade quanto no retorno e reintegração da colaboradora. Esse preparo não deve acontecer apenas quando a situação surgir — é preciso buscar conhecimento antes, de forma intencional e estratégica.


A liderança tem o papel de garantir que esse momento seja respeitado e acolhido pela cultura da empresa. E isso exige ações práticas:


  • Incorporar os valores da empresa em relação à maternidade na rotina de gestão de pessoas;

  • Conscientizar todos os colaboradores sobre a importância de uma cultura que respeita e valoriza a equidade de gênero;

  • Investir em programas de capacitação voltados à inclusão, equidade e saúde emocional no ambiente de trabalho.


Estar preparado para acolher e atender às necessidades da mãe que retorna ao trabalho faz toda a diferença. É essa postura que define uma liderança realmente humana, eficiente e alinhada a uma sociedade em constante evolução.




Educação para toda a família.


Além de preparar líderes e colaboradores, uma estratégia eficaz é também oferecer capacitação para a mãe e sua família antes da licença-maternidade. Criar uma trilha de conteúdos formativos voltada a esse momento é uma forma concreta de oferecer suporte e fortalecer a rede de apoio desde o início.


Capacitar a família é começar com o pé direito. Estar preparado é fundamental para o bem-estar durante a licença e também para um retorno mais leve e seguro ao ambiente de trabalho.


Que tipo de conteúdo pode ser oferecido nessa trilha?

  • Cuidados com a saúde e a importância do pré-natal;

  • Organização financeira para o período de licença;

  • Informações sobre tipos de parto e direitos da gestante;

  • Preparação do ambiente familiar para a chegada do bebê;

  • A importância da saúde mental e emocional nesse processo.


E que benefícios podem ser agregados a essa jornada?

  • Parcerias com operadoras de saúde para cobertura do parto e acompanhamento médico;

  • Apoio psicológico durante e após a licença;

  • Auxílio-creche;

  • Conteúdos estendidos à rede de apoio (pais, avós, parceiros), criando uma base de suporte mais ampla.


As ações podem variar de empresa para empresa, mas a intenção deve ser comum a todas: oferecer o suporte necessário para auxiliar a mulher a se manter no mercado de trabalho em constante mudança e evolução.


A mamãe voltou. E agora?


A reintegração de uma colaboradora após a licença-maternidade não é apenas uma formalidade, é necessidade. Esse momento não deve ser banalizado. Cabe ao líder ou gestor estar preparado para acolher, apoiar e adaptar o ambiente de trabalho às novas realidades da colaboradora.


É fundamental reconhecer que adaptações na rotina são necessárias, como, por exemplo:

  • Maior flexibilidade, seja nos horários ou no modelo híbrido/remoto — afinal, seis meses estão longe de serem suficientes para equilibrar maternidade e carreira;

  • Pausas diárias para amamentação, garantidas por lei e essenciais para o bem-estar da mãe e do bebê;

  • Licença parental — uma iniciativa que permite o afastamento do pai, dividindo responsabilidades e aliviando a sobrecarga materna.


Além disso, o líder deve assumir um papel ativo no desenvolvimento contínuo da colaboradora. Isso inclui:

  • Oferecer um plano estratégico de reintegração, com conversas transparentes sobre expectativas e desafios;

  • Criar oportunidades de crescimento e atualização profissional;

  • Continuar com treinamentos e trilhas de aprendizagem.


Preparar o retorno de uma colaboradora após a licença-maternidade vai muito além de ajustes na rotina. Quando bem conduzido, esse processo fortalece toda a cultura organizacional. Compreender essa etapa é um convite à evolução — porque garantir um ambiente de trabalho mais justo, inclusivo e acolhedor começa com a educação.



Inclusão e Diversidade

Vale lembrar que, embora as mães sejam maioria, não são as únicas que necessitam de apoio e preparo. Existem diferentes tipos de famílias, paternidades e maternidades que também merecem atenção.


Como, por exemplo:

  • Adoções, seja de bebês, crianças ou adolescentes, que demandam cuidados específicos e preparação adequada para o novo núcleo familiar;

  • Licença parental estendida além dos prazos legais, reconhecendo as necessidades de pais em diferentes contextos;

  • Casais homoafetivos, em que ambos os responsáveis — mesmo sem gestação — devem ser acolhidos e incluídos nesse momento de transição, cuidado e adaptação.


O desenvolvimento de políticas de educação e apoio devem ser inclusivos, envolvendo todos que necessitam de suporte em diferentes realidades, garantindo o acesso às mesmas oportunidades de aprendizado, acolhimento e crescimento dentro da organização.


A escolha é sua.

O conhecimento está na palma da sua mão.

A sociedade está em constante transformação — e as empresas precisam acompanhar essa evolução, adaptando-se às realidades e necessidades de cada colaborador. Oportunidades de crescimento devem ser acessíveis a todos, independentemente do contexto de vida. É hora de se adaptar, se aperfeiçoar e implementar políticas de educação mais inclusivas e em diversos formatos:


  • Presencial e online;

  • Lives e palestras;

  • Rodas de conversa;

  • Workshops práticos.


Hoje, as formas de adquirir conhecimento são inúmeras — e estão, literalmente, na palma da mão. Para evoluir, é preciso aprender. E o crescimento profissional não pode estar condicionado a quem tem menos obstáculos ou mais tempo livre.


Se o mundo mudou, a forma de aprender dentro das empresas também precisa mudar. E com urgência.

 
 
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